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AUTO DE LA SIBILA CASANDRA

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Dossier de imprensa

AUTO DE LA SIBILA CASANDRA

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27 e 28 Setembro - Teatro do Bairro Alto, Lisboa às 21.30h

 

Gil Vicente

AUTO DA SIBILA CASANDRA

 

Versão e direcção ANA ZAMORA

Interpretação SERGIO ADILLO, ELENA RAYOS, CARLOS SEGUI, JUAN PEDRO SCHWARTZ, ALEJANDRO SIGÜENZA

Interpretação musical SOFÍA ALEGRE (Viola de gamba), EVA JORNET (Flautas), ISABEL ZAMORA (Cravo)

Música original, arranjos e direcção musical ALICIA LÁZARO

Figurinos DEBORAH MACÍAS

Iluminação MIGUEL ÁNGEL CAMACHO

Assessor para o Verso VICENTE FUENTES

Títeres DAVID FARACO

Execução de guarda-roupa ÁNGELES MARÍN

Telão MILLÁN DE MIGUEL

Fotografia CHICHO

Produção MIGUEL ANGEL ALCÁNTARA - NOVIEMBRE TEATRO

Produção Nao d´amores GERMÁN H. SOLÍS

Duração do espectáculo 1 hora

 

O texto é dito na sua versão original, ou seja, em castelhano.

No Teatro do Bairro Alto nos dias 27 e 28 Setembro 2013 às 21.30

 

NAO D’AMORES, a companhia espanhola fundada em 2001 e dirigida por Ana Zamora, que já co-produziu com a Cornucópia o espectáculo DANÇA DA MORTE/DANÇA DE LA MUERTE, estreado em Lisboa e que depois deu volta a Espanha terminando com uma temporada em Madrid na Compañia Nacional de Teatro Clásico, traz a Lisboa um Gil Vicente esquecido: AUTO DE LA SIBILA CASANDRA para se associar à comemoração de 40 Anos da Cornucópia. Nos dias 27 e 28 de Setembro, às 21.30 o espectáculo estará em cena na Cornucópia.

Ana Zamora é considerada a maior especialista em teatro pré-barroco espanhol. Tem encenado textos antigos com a colaboração musical de Alicia Lázaro que contribui para a dramaturgia com a presença em todos os espectáculos de um grupo de instrumentos da época que tocam música antiga. O Teatro em castelhano de Gil Vicente que tão poucas vezes se faz em Portugal e em Espanha também não, por se tratar de um autor Português, é estudado e encenado por Ana Zamora com grande rigor. Na co-produção bilingue com a Cornucópia, DANÇA DA MORTE/DANÇA DE LA MUERTE, em que Luis Miguel Cintra interpretava o papel da Morte, a Zamora cruzava os textos medievais das danças da morte com os textos vicentinos dos Autos das Barcas, que assim se iluminavam mutuamente. Também trouxe ao Festival de Almada há uns anos outro auto de Vicente: EL AUTO DE LOS 4 TIEMPOS. E foi inesquecível a apresentação na Cornucópia de um espectáculo que aquela companhia tem levado um pouco por todo o mundo: MISTERIO DEL CRISTO DE LOS GASCONES, todo construído em torno de uma réplica de uma imagem românica de um Cristo articulado.

Apesar de os espectáculos das duas companhias terem estilos tão diferentes, em muitos aspectos há uma sintonia de pontos de vista: a defesa intransigente de um teatro entendido como elevada expressão artística, uma atenção enorme aos textos, a vontade de falar ao nosso tempo recorrendo a textos clássicos. É comum o reconhecimento nos textos de Gil Vicente um extraordinário e estimulante material para um teatro moderno que queira actuar sobre o nosso tempo. E são também laços afectivos os que entretanto se criaram através do trabalho em comum. Que a companhia NAO D’AMORES nos ofereça esta prenda da apresentação em Lisboa pelo nosso 40.º aniversário de um texto de Gil Vicente, adquire para a Cornucópia um especial significado.

 

 

Cassandra no auto de Gil Vicente é uma pastora que anuncia que o messias incarnará numa mulher virgem, e que renuncia ao casamento e recusa os amores do Pastor Salomão. Fugindo aos conselhos das suas três tias, as sibilas Erutrea, Peresica y Cimeria e dos tios de Salomão (Moisés, Abraão e Isaías) confessa que quer renunciar ao casamento porque sabe que Deus vai reincarnar numa virgem e que ela própria será a eleita. As sibilas confirmam, os poetas escandalizam-se e enquanto se gera a confusão abrem-se as cortinas do teatro para descobrir a Virgem Maria e seu filho que nasceu. E como acontece noutros autos de Vicente todos acorrem ao presépio para adorar o deus menino.

O AUTO DE LA SIBILA CASANDRA é um notável exemplo da habilidade co que Gil Vicente sabe combinar as fontes mais heterogéneas e dar-lhes uma unidade intelectual e dramática, e criando um espaço privilegiado de experimentação e jogo dramático. Aquilo que começa por ser uma encomenda de Auto de Natal, transforma-se na mais divertida mistura de uma sátira moral, cenas cómicas, intriga doméstica e cenas religiosas, uma construção híbrida de moralidada, comédia e mistério em que se complementam dois estratos: o litúrgico e o cómico e profano.

O Auto é também, sob outro ponto de vista, a primeira obra peninsular a tratar um tema abertamente feminista. Nels se fala do direito da mulher escolher livremente o seu destino à margem das convenções sociais.

O espectáculo é uma jóia teatral que a companhia representa há anos e que exala uma nostalgia de um outro mundo que teremos de inventar e que a NAO D’AMORES conseguem de certo modo fazer sentir com a atmosfera de extremo depuramento em cena e uma maneira de actuar quase primitiva para que muito contribuem as componentes musical e coreográfica.

Ana Zamora e a Companhia NAO D’AMORES têm recebido inúmeros prémios mas este ano Helena Rayos que interpretará em Lisboa a Sibila Cassandra recebeu o importante prémio Revelação para melhor actriz da União de Actores pela sua actuação no mais recente espectáculo da Companhia NAO D’AMORES. E o público reconhecerá no jovem actor Sérgio Adillo o Amore do recente espectáculo da Cornucópia Os Desastres do Amor.

 

 

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